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Quem sabe mais?
Quem é mais importante?

Uma provocação às estruturas hierarquizadas 

 

Uma sociedade que acredita que o doutor sabe mais que o pedreiro não pode funcionar. Sabe mais em relação a quê? Peça ao doutor que construa uma casa. É preciso saber dar valor aos diferentes saberes. 
Aqui em negrito, para enfatizar e facilitar a leitura dinâmica :) 

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Uma sociedade onde o trabalho do lixeiro é considerado menos importante que o de um político, por exemplo, não pode estar saudável. Se num único dia o pessoal da limpeza não aparecer para limpar a cidade, será um desastre. Quem, então, é mais importante nesta hierarquia de valores? É preciso saber diferenciar o que é ‘mais importante’ do que acarreta ‘maior responsabilidade’. 

Uma sociedade que dá mais valor ao trabalho do juiz em detrimento ao do professor, por exemplo, não pode dar certo. Que indivíduos formaremos?  

Uma sociedade onde jovens acreditam serem mais inteligentes que os mais velhos – porque sabem lidar melhor com as novas tecnologias - não pode ir pra  frente. É preciso dar valor à experiência e extrair tudo que for possível dela. Por outro lado, o mais experiente que se gaba do que já fez e pensa que nada pode aprender com o jovem já estagnou. “O passado é lugar de referência, não de residência”.

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Quem é mais eficiente? Stephen Hawking, o mais consagrado cientista da atualidade, tetraplégico, ou Cristiano Ronaldo, o melhor jogador de futebol (2016) segundo a FIFA? Mais eficiente em relação a quê? É preciso contextualizar o ‘saber’.

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Vivemos numa era em que os ‘saberes’ e o valor dos indivíduos são percebidos de forma deturpada. Empresas arcaicas são o reflexo desta sociedade doente e precisam mudar para se adaptar aos novos tempos. Não há mais espaço para estruturas hierarquizadas e para líderes 'sabichões'. Para sobreviver à era do e-mail versus Correios, do Netflix versus TV, dos blogueiros versus a publicidade tradicional... o mind set precisa mudar.

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Um líder que não aceita sugestões e não houve seus subordinados, o quanto não perde e estagna seu setor ou sua empresa?  Aquele que pensa que sabe mais se fecha para novas ideias e perde muitas oportunidades de crescimento.

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“O maior inimigo do conhecimento não é a ignorância, mas a ilusão do conhecimento”(Stephen Hawking)


Não é questão de ser educado. Mas, paradoxalmente, uma questão de inteligência mesmo. O que consegue um líder autocentrado, que não ouve e não aceita ideias melhores que as suas? Consegue cercar-se de profissionais medianos, operacionais, que acatam suas ideias sem questionar. E o que consegue um líder autoritário, que acredita ser mais importante por estar "mais alto" na hierarquia? Uma equipe que o teme, mas não o respeita. 

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Esqueça os líderes sabichões e os autoritários. Precisa-se de líderes COACH, que sabem respeitar a todos, ouvem e dão abertura para múltiplas opiniões. Que têm habilidade para manter uma equipe motivada; que têm confiança suficiente em si mesmos a ponto de compartilhar seus conhecimentos, desenvolver pessoas e deixá-las 'brilhar'; e humildade o bastante para reconhecer talentos tão bons quanto ou melhores que eles.  


TODOS SÃO IMPORTANTES E TODOS ‘SABEM MAIS’ DENTRO DE SUAS ÁREAS DE CONHECIMENTO:

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Uma empresa dá certo quando todos os setores atuam alinhados, de forma integrada, e caminham em direção aos mesmos objetivos. Um não é mais importante que o outro e ninguém é mais importante que ninguém. Por exemplo (adoro exemplos :), uma empresa do ramo de saúde pode ter excelentes médicos, mas não terá clientes, não será reconhecida ou não terá uma boa imagem se não tiver um bom departamento de Comunicação & Marketing. Afinal, ‘como’ o público percebe sua empresa e tão importante quanto ‘o que’ sua empresa realmente entrega. E agora, quem é mais importante para a sobrevivência da empresa ou quem sabe mais: o jornalista do setor de Comunicação ou o médico? Estas perguntas são um tanto fora de contexto, percebe? Mais importante em relação a quê? Sabe mais em relação a quê?


E já que o exemplo está no âmbito da saúde: já dizia o pensador: "Não é sinal de saúde estar bem adaptado a uma sociedade doente" (Jiddu Krishnamurti). 

Verônica Richardelli
Especialista em Comunicação Empresarial
Ainda não adaptada à sociedade atual :) 

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